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Uma voz grita no deserto
15/12/2025
Advento 2025

Recentemente, durante uma oração da manhã, uma criança de 5 anos irrompe o silêncio e diz que “andamos sempre às voltas e não saímos do mesmo sítio”. O desabafo parecia que vinha sem propósito, mas adequou-se perfeitamente. A voz recordou-nos, de facto, às vezes, andamos às voltas e não saímos do mesmo sítio como se estivéssemos perdidos num deserto. Ora, o Advento vem quebrar estes ciclos e interromper os nossos dias como um grito que nos desperta, nos torna vigilantes e nos revela o caminho.

Este tempo preparatório vem quebrar os círculos viciosos dos nossos olhares, do modo de estar ou das formas de agir perante a realidade, tanto a de dentro como a de fora. Desafia-nos a mudar a velocidade dos nossos dias e a prestar vigilância de formas muito concretas: reparar verdadeiramente em quem está ao meu lado, perdoar algo que me é difícil, fazer-me presente junto de quem precisa de mim, aproximar-me com generosidade daqueles que são excluídos, esquecidos ou ignorados… Esta atitude instaurada deveria permitir-nos viver o tempo com mais esperança, saber esperar com paciência e com amor, sem necessitar da recompensa constante e imediata que alivia os dias mais difíceis. Assumida por cada um de nós, esta vigilância quase que se transforma numa forma de resistência. Tal como aquele grito numa voz de 5 anos.

Esta imagem do grito no deserto é própria do profeta Isaías. Esta figura habitual do Advento anuncia que algo de extraordinário está para a acontecer e está para breve. Se ouvirmos esta voz, não fechemos o nosso coração, o nosso olhar ou os nossos ouvidos. Levantemo-nos e preparemos aquilo que é necessário para viver bem este tempo até ao Natal!

Durante estas semanas, aproveitemos a capela aberta para entrar e sintonizar o coração com este tempo, ou os momentos de oração desde o JI até ao 2º ciclo, as missas de 3ª feira, às 8h30 para toda a comunidade educativa. Acompanhemos também o percurso de Advento que está presente nas redes sociais do Colégio Pedro Arrupe.

Que tudo possa servir para ser voz no deserto!

Quem nos fez chegar também a sua voz foi o Banco do Bebé e o Apoio à Vida. Em nome de tantas mães e bebés que se encontram numa situação fragilizada neste início de vida, estas duas instituições contam com a nossa vigilância e as nossas vozes para contribuirmos de múltiplas maneiras: fraldas, leite em pó/papas, toalhitas e produtos de higiene, roupa e outros utensílios necessários a um começo de vida digno.

Bom Advento!
A Pastoral e Capelania

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